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sábado, 16 de agosto de 2008

Rua do Leblon Vai Receber o Nome Caymmi

Cesar Maia vai dar o nome Caymmi para rua no Leblon

Em nota, Prefeito diz que músico era 'o mais carioca de todos os baianos’.

O Prefeito Cesar Maia lamentou a morte de Caymmi e anunciou que vai dar o nome do compositor à última rua do Leblon, ainda sem nome, na altura da Visconde de Albuquerque.

- É uma pequena rua carinhosa. Ali ele estará junto de todos nós, sempre. Guardei para fazer a mais profunda homenagem. Infelizmente com Caymmi. O mais carioca de todos os baianos. Ele cantou nosso povo, nossa natureza, nossos hábitos, nossa alma. Escolheu nosso Rio para repousar seus últimos anos de vida - afirmou o Prefeito.

Dorival Caymmi Morreu em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos, em casa, às seis horas da manhã, por conta de insuficiência renal e falência múltipla dos órgãos. Estava doente desde 2007, permanecendo em internação domiciliar desde dezembro. De acordo com a família do cantor, o sepultamento deve acontecer na tarde deste domingo (17/08), no cemitério São João Batista, em Botafogo.

O músico deixa mais de cem canções, entre elas os sucessos ‘Eu não tenho onde morar’, ‘Maracangalha’, ‘O que é que a baiana tem?’ e ‘Rosa Morena’.

Dorival Caymmi
(Salvador, 30 de abril de 1914 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2008)

Era um cantor, compositor e pintor brasileiro. Compôs sobre os hábitos, costumes e as tradições do povo baiano. Tendo como forte influência a música negra, desenvolveu um estilo pessoal de compor e cantar, demonstrando espontaneidade nos versos, sensualidade e riqueza melódica.

Poeta popular, compôs outras obras como Marina, Modinha para Gabriela, Maracangalha, Saudade de Itapuã, O Dengo que a Nega Tem, Rosa Morena. Filho de Durval Henrique Caymmi e Aurelina Soares Caymmi, era casado com Adelaide Tostes, a cantora Stella Maris. Todos os seus três filhos são também cantores: Dori Caymmi, Danilo Caymmi e Nana Caymmi.

Biografia
Caymmi era descendente de italianos, as gerações da Bahia começaram com o seu bisavô, que chegou ao Brasil para trabalhar no reparo do Elevador Lacerda. Ainda criança, iniciou sua atividade como músico, ouvindo parentes ao piano. Seu pai era funcionário público e músico amador, tocava, além de piano, violão e bandolim. A mãe, doméstica, cantava apenas em casa. Ouvindo o fonógrafo e depois a vitrola, cresceu sua vontade de compor. Cantava, ainda menino, em um coro de igreja, como baixo-cantante. Com treze anos, interrompe os estudos e começa a trabalhar em uma redação de jornal O Imparcial, como auxiliar. Com o fechamento do jornal, em 1929, torna-se vendedor de bebidas.
Em 1930 escreveu sua primeira música: "No Sertão", e aos vinte anos estreou como cantor e violonista em programas da Rádio Clube da Bahia. Já em 1935, passou a apresentar o musical Caymmi e Suas Canções Praieiras. Com 22 anos, venceu, como compositor, o concurso de músicas de carnaval com o samba A Bahia também dá.
Gilberto Martins, um diretor da Rádio Clube da Bahia, o incentiva a seguir uma carreira no sul do país. Em abril de 1938, aos 23 anos, Dorival, viaja de ita (navio que cruza o norte até o sul do Brasil) para cidade do Rio de Janeiro, para conseguir um emprego como jornalista e realizar o curso preparatório de Direito. Com a ajuda de parentes e amigos, fez alguns pequenos trabalhos na imprensa, exercendo a profissão no jornal Diários Associados, ainda assim, continuava a compor e a cantar. Conheceu, nessa época, Carlos Lacerda e Samuel Wainer.
Foi apresentado ao diretor da Rádio Tupi, e, em 24 de junho de 1938, estreou na rádio cantando duas composições, embora ainda sem contrato. Saiu-se bem como calouro e iniciou a cantar dois dias por semana, além de participar do programa Dragão da Rua Larga. Neste programa, interpretou O Que é Que a Baiana Tem, composta em 1938. Com a canção, fez com que Carmen Miranda tivesse uma carreira no exterior, a partir do filme Banana da Terra, de 1938. Sua obra invoca principalmente a tragédia de negros e pescadores da Bahia: O Mar, História de Pescadores, É Doce Morrer no Mar, A Jangada Voltou Só, Canoeiro, Pescaria, entre outras.
Filho de santo de Mãe Menininha do Gantois, para quem escreveu em 1972 a canção em sua homenagem: "Oração de Mãe Menininha", gravado por grandes nomes como Gal Costa e Maria Bethânia.

“O Dorival é um gênio. Se eu pensar em música brasileira, eu vou sempre pensar em Dorival Caymmi. Ele é uma pessoa incrivelmente sensível, uma criação incrível. Isso sem falar no pintor, porque o Dorival também é um grande pintor”. Tom Jobim

Visite o Portal Oficial do Leblon

www.amoleblon.com.br

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