(22/5/2011)
Roberto Sander
Carioca de Ipanema, mas radicado no Leblon, Roberto Sander é jornalista há 25 anos. Formou-se pela PUC-RJ e trabalhou durante duas décadas na TV Globo e SporTV, entre outros importantes veículos de comunicação. Desde 2004, iniciou a carreira de escritor. Em 2008, criou, ao lado do jornalista Paschoal Ambrósio Filho, a Maquinária Editora, especializada em literatura esportiva. Tem oito livros publicados. Nesse espaço, vai comentar os jogos dos times do Rio no fim de semana.
Sábado de Alegria, Domingo de Tristeza para os Times Cariocas
Quando deixou o campo, depois da derrota do Fluminense para o São Paulo, sincero, o zagueiro tricolor Leandro Euzébio admitia que a torcida tinha toda a razão para chamar de “time sem vergonha” o antes celebrado “time de guerreiros”. Mesmo assim, acho que não foi tanto vontade, ou vergonha na cara, que faltou ao Fluminense. O que faltou à equipe foi o que sobrou ao seu adversário: talento.
Para se chegar a essa conclusão, bastava observar a escalação dos dois times. Enquanto no ataque do tricolor paulista pontificavam os velozes e habilidosos Dagoberto e Lucas, no tricolor batiam cabeça os inoperantes Rafael Moura e Rodriguinho. É covardia, não? Isso resume tudo. O time do São Paulo, que ainda contou com o jovem e eficiente Casemiro, é infinitamente superior ao do Fluminense, que me parece estar em franca decadência.
O que faltou à equipe foi o que sobrou ao seu adversário: talento
Por tudo isso, só a presença do técnico Abel Braga não vai ser suficiente para fazer esse time jogar bem e se candidatar ao bicampeonato. Vai ser preciso que novos reforços sejam contratados. O atacante Ciro, já tricolor, é um bom nome. Ele e Fred – se não machucar de novo – podem compor um dupla de área de respeito. Mas está faltando alguém para pensar o jogo no meio-campo. Não é de hoje que o Fluminense é um time óbvio e sem imaginação. A estréia lamentável no Campeonato Brasileiro escancarou esse fato.
Em São Paulo, o Botafogo, como se esperava, sucumbiu diante de um Palmeiras nem um pouco brilhante. Mais do que a derrota alvinegra, o que prejudicou foi a sua incrível incapacidade de jogar um futebol minimamente competitivo. O time apenas se defendeu, abrindo mão completamente de atacar. A certa altura do segundo tempo, estava dando seu segundo ou terceiro chute a gol. Mas isso, naturalmente, foi agravado pela ausência da sua dupla de atacantes titular.
Kleber driblou o zagueiro Lucas Zen e bateu forte no ângulo
Sem Herrera e Loco Abreu, o Botafogo foi uma presa fácil. Só não mais fácil porque no gol conta com o melhor goleiro brasileiro na atualidade: o eficientíssimo Jeferson. Com um punhado de boas defesas, ele só não pôde evitar o balaço de Cléber, que acertou o seu ângulo com um belo chute de canhota. De qualquer forma, percebe-se que falta elenco ao Botafogo, que, se não se reforçar, vai brigar para não cair.
No sábado, as vitórias de Vasco e Flamengo foram altamente promissoras. É verdade que seus adversários – Ceará e Avaí – contavam com equipes consideravelmente desfalcadas, já que, na próxima quarta-feira, decidem uma vaga na final da Copa do Brasil. Por isso, considero o resultado obtido pelo Vasco mais significativo, afinal, além de ter jogado fora de casa, o clube da colina também está envolvido na disputa da Copa do Brasil e, por isso, da mesma forma que Ceará e Avaí, jogou com um time misto.
Bernardo faz dois, e Vasco vence de virada
Nesse contexto, podemos ressaltar a excelente atuação desse jovem atacante Bernardo. Gosto muito do estilo dele. É voluntarioso, agressivo – no bom sentido – e costuma fazer gols. Essas são características que lembram muito Edmundo, um eterno ídolo vascaíno. Acho que é um jogador que tem todas as condições de ser titular. De qualquer maneira, é uma bela arma para que o Vasco possa obter a classificação na duríssima partida que terá na Ressacada.
Aliás, a situação do Vasco me lembra muito a do Fluminense em 2007, quando conquistou o título da Copa do Brasil. Empatou de 1 a 1 com o Figueirense em casa, depois de estar perdendo por 1 a 0, e foi à Florianópolis precisando de um vitória, exatamente como o Vasco. A diferença é que o Vasco – superando esse desafio – ainda precisará derrotar o vencedor de Coritiba e Ceará, que também empataram no primeiro jogo.
Destaque na vitória R10 foi aplaudido pela torcida
Voltando a falar do Flamengo, deve-se comemorar a excelente partida de Ronaldinho Gaúcho. Finalmente, talvez pela primeira vez desde que foi contratado, se viu um Ronaldinho próximo daquele jogador brilhante que foi eleito por duas vezes o melhor jogador do mundo. Mas devemos ter um pé atrás. Somente observando a sequência das suas atuações é poderemos saber se, de fato, ele vai justificar o enorme investimento feito pelo Flamengo.
Pode parecer que sou exigente demais com o dentuço rubro-negro, mas se não cobrarmos bom futebol de craques de quem cobraremos? Alguém que ganha a fortuna que ele ganha por mês, tem a obrigação de, com um mínimo de frequência, brindar o seu torcedor com atuações como a que teve contra o Avaí.
Uma boa semana a todos.
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